Com as constantes mudanças no mercado as organizações se veem muitas vezes ultrapassadas, não conseguindo acompanhar o desenvolvimento de novas tecnologias, novos métodos de trabalhos, novas gerações de pessoas, e por ai vai, e precisam se reinventar se quiserem continuar sendo competitivas e perdurar.
No decorrer dos anos o mercado em nada recuou, pelo contrário, continua cada vez mais veloz e competitivo, e uma das principais preocupações foi a de reter os talentos que tanto agregam as empresas, surgindo assim, inovadoras formas de gestão, onde não apenas os sócios ou acionistas tem voz e vez, mas também incorporam nestas decisões as sugestões trazidas pelos colaboradores, permitindo assim, gerar novas ideias e motivar e reter os talentos para que tenham cada vez mais sinergia.
O Prof. Iran Barros Nunes (2011) destaca que a Administração Participativa é a solução para o crescimento das organizações, ligada diretamente a gestão de pessoas, onde há inúmeras vantagens, mas também há dificuldades na aplicação desta metodologia.
Nunes (2011) descreve que alguns pontos podem ser divididos em vantagens e dificuldades, destacando-se:

Dificuldades:
1) A liderança da organização deve realmente querer uma administração participativa e estar preparada para ouvir o que os colaboradores tem a dizer sobre a organização, sem represálias ou perseguições, muito menos desprezar as ideias apresentadas, mesmo que não venha seguir estas ideias. Algumas organizações pregam a participação de seus colaboradores e não consideram as suas posições, a pergunta é: senão iria considerar, para que perguntou? A resposta mais comum, é que algumas destas empresas utilizam deste ponto como um marketing interno, na tentativa de melhorar o ambiente organizacional, tornando clima mais favorável. O problema é que com isto geram mais desconfiança por parte dos colaboradores do que o benefício proposto. Todas as vezes que o colaborador der uma ideia; se ela for interessante use-a e reconheça o autor da ideia, se ela não for tão boa convide o colaborador e mais pessoas para aperfeiçoá-la, se for ruim explique ao autor da ideia porque ela não pode ser utilizada, sem desprezar a importância desta participação e estimule-o a tentar novamente. O principal é que a liderança realmente deseje a administração participativa, caso contrário não utilize este recurso, ele é bom, mas existem outras formas de gestão.

2) Ter uma equipe que realmente faça a diferença e que seja competente suficientemente para poder contribuir, porque uma administração participativa só será bem sucedida se as pessoas fizerem a diferença, ouvir sugestões ruins não ajuda muito, nem ter pessoas que não sabem o que fazer, a competência de seus colaboradores é fundamental para a organização. Ter esta equipe em dias de formação deficitária é complicado, por isto ou a organização tem condições de contratar bem, ou tem a oportunidade de desenvolver as pessoas, capacitando os seus colaboradores, assim a formação de uma equipe capaz é essencial para a administração participativa.

3) A comunicação deve ser clara, saber se comunicar internamente é fundamental, primeiro para os objetivos sejam compreendidos por todos e segundo para evitar distorções sobre o pensamento coletivo, gerando informações distorcidas e desgastes desnecessários. A comunicação nas organizações nem sempre são claras para todos, assim as ideias podem não representar o que foi solicitado porque houve uma falha sobre o que realmente é esperado. Esta falha de comunicação é sentida em várias empresas e isto prejudica não só a administração participativa, bem como a empresa como um todo. Neste ponto é preciso compreender que todas as pessoas da organização devem ter ciência de quais são os objetivos da organização, só assim será possível colaborar, isto parece muito óbvio, mas nem sempre acontece, muitas pessoas que compõe a organização não sabe para onde ela está indo.

4) Evitar a disputa por poder e a vaidade dos colaboradores. Os colaboradores devem ter a consciência de que a ideia é coletiva, e não se pode disputar internamente por espaço ou poder, e sim por resultados gerais. A energia destrutiva é forte e não ajuda em nada, contribui apenas para levar a organização ao fracasso e evitar que ela atinja seus objetivos. É comum hoje a disputa por promoções, poder e liderança sendo isto um fator que está presente e a corrida pelo prêmio da participação individual e não pela contribuição para o sucesso da organização.

Vantagens:
1) A participação coletiva gera ideias diferentes sobre o mesmo assunto, dando ao gestor a possibilidade de escolha, além de uma visão de especialistas em suas áreas de atuação. A administração participativa aumenta em muito a visão de novas ideias, são possibilidades que temos com a contribuição de mais pessoas, que tem ângulos de visão e níveis de conhecimento diferenciado. Este enriquecimento gera alternativas positivas e mais facilidades para o alcance dos objetivos.

2) Pessoas que conhecem bem a organização tem uma visão melhor sobre a parte operacional da empresa, suas forças e fraquezas, isto deve ser considerado, mas o gestor deve encarar isto como um grande quebra-cabeça que só ele tem a visão do todo, mas as partes se somam, sendo importante a participação de cada um dos colaboradores. O profundo conhecimento da organização é importante, sua cultura e características são particularidades que as pessoas que trabalham na organização têm e sentem de forma natural, e isto tem uma grande influência sobre os resultados da organização. Pessoas de fora, como consultores, podem ter o conhecimento do mercado, de técnicas administrativas, mas não conhecem as organizações tão bem como os seus colaboradores.

3) Outro ponto forte da administração participativa é que as pessoas quando fazem parte deste processo não só colaboram, mas se comprometem com os resultados, afinal o trabalho é coletivo e por isto temos um compromisso assumido por todos, afinal é ideia é minha também, e isto gera um aumento da motivação da equipe. É muito diferente eu receber uma ordem, do que eu construir uma solução, quando o colaborador participa de alguma forma da construção eu sou responsável direto sobre o seu resultado, assim a motivação é um fator que diretamente ajuda neste caso a se chegar a um ponto desejado.

4) A administração participativa contribui para o crescimento das pessoas da organização, uns aprendem com os outros, desta forma o crescimento é coletivo. O conhecimento compartilhado é uma forma da organização aprender, e desta forma o trabalho acaba sendo executado por profissionais em constante desenvolvimento.

Desta forma, é importante as organizações observarem que a Administração Participativa é fundamental para o crescimento e o fortalecimento do “laço” empresa x colaborador, desde que observados os pontos destacados acima, buscando sempre melhores resultados e integração de toda a equipe. Mas isto vai muito além de estreitar os laços, a Administração Participativa dá autonomia aos colaboradores, motiva-os a buscar novas ideias, melhora o trabalho em equipe e principalmente, gera resultados positivos para a organização.
Porém, sabe-se que nem sempre é fácil incorporar este tipo de gestão, muitas vezes pela falta de abertura da própria empresa ou de seus colaboradores, mas é importante iniciar este processo, mesmo que de forma gradativas, e sempre deixar claro os caminhos que a empresa deseja traçar, seus anseios e objetivos, com o intuito de buscarem juntos pelos melhores resultados.

REFERÊNCIA:
Iran Barros Nunes, 29 de maio de 2011. (prof.irannunes@gmail.com)
Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/administracao-participativa-vantagens-e-dificuldades/55429/

        

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