Marlene Zanghelini Altini [1]

RESUMO:

A contabilidade conta com vários relatórios e ferramentas que auxiliam na gestão das organizações, tornando-as assim, mais competitivas e preparadas para o mercado. Para que as empresas tenham disponíveis alguns relatórios contábeis, é necessário que estas forneçam informações atualizadas, para que assim, consigam tomar decisões com base em dados atualizados e reais. A contabilidade também fornece ferramentas contábeis que contribuem para um melhor resultado destes relatórios, e alguns deles são exigidos pela legislação. Portanto, este artigo busca descrever sobre as ferramentas contábeis, assim como os principais relatórios contábeis para auxiliar as empresas nas suas decisões.

Palavras-chaves: contabilidade, ferramentas, atualizados, decisões.

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade vem ganhando cada vez mais força dentro das organizações, como uma ferramenta que auxilia os gestores nas tomadas de decisões, através dos diversos relatórios por ela emitidos, como: Demonstração do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial, Fluxo de Caixa, dentre outros.

Estes relatórios permitem que as empresas vejam sua real situação financeira e econômica, e a partir disto, podem projetar investimentos, rever estratégias para obter melhores resultados e prever eventuais ?crises? que podem ocorrer em determinado período.

Para que todos estes relatórios contábeis sejam confiáveis, é necessário dispor de ferramentas indispensáveis que obedeçam à legislação, e com isto, as informações atendem tanto ao fisco quanto ao empresário com segurança para as tomadas de decisões.

Portanto, este artigo busca relatar de forma sintética, algumas ferramentas contábeis, como: os livros de escrituração: livro diário, livro razão e livro caixa, abordando também alguns tópicos relativos às demonstrações contábeis.

 

2 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO

 

Para que as empresas tenham um resultado e apresentação confiável de seus dados e resultados, a contabilidade necessita ser realizada de acordo com algumas normas e apresentadas em livros de escriturações diversos, como: livro diário, livro razão e livro caixa.

De acordo com Fabretti (2009, p. 41),

 

A legislação comercial e fiscal exige a escrituração dos atos e fatos administrativos da empresa em livros próprios. O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), por meio da IN 107/08, dado continuidade ao processo de simplificação e modernização da escrita fiscal, veio permitir a validade de arquivamento de documentos e livros na forma eletrônica, desde que assinados com certificado da ICP ? Brasil. Atendendo, assim, ao projeto maior do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), inclusive nesse processo o Livro Diário e o Razão.

 

De acordo com este mesmo autor, é obrigatório as empresas que apuram seus impostos pelo Lucro Real, desde 2009, a realizarem a Escrituração Contábil Digital (Sped) para fins fiscais e previdenciários. Para as empresas que optarem pelo Lucro Presumido ou pelo Simples Nacional, esta opção é facultativa.

 

2.1 LIVRO DIÁRIO

 

De acordo com Fabretti (2009, p. 42) o livro diário, é o mais antigo livro, que é exigido pelo Código Comercial, onde os artigos 11 e 12 descrevem:

 

Art. 11. Os livros que os comerciantes são obrigados a ter indispensavelmente, na conformidade do artigo antecedente, são o diário […] Art. 12. No diário é o comerciante obrigado a lançar com individuação e clareza todas as suas operações de comércio, letras e outros quaisquer papéis de crédito que passar, aceitar, afiançar ou endossar, e em geral tudo quanto receber e despender de sua ou alheia conta, seja por que título for, sendo suficiente que as parcelas de despesas domésticas se lancem englobadas a data em que forem extraídas da caixa. Os comerciantes de retalho deverão lançar diariamente no diário a soma total das suas vendas a dinheiro, e em assento separado a soma total das vendas fiadas no mesmo dia. No mesmo diário se lançará também em resumo o Balanço geral (art. 10, IV), devendo aquele conter todas as verbas deste, apresentando cada uma verba a soma total das respectivas parcelas; e será assinado na mesma data do balanço geral.

 

O Novo Código Civil instituiu as normas sobre os empresários, as sociedades, o estabelecimento, o nome empresarial e a escrituração. Abaixo, Fabretti (2009, p. 42), descreve os artigos mais importantes do NCC:

 

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigadas a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme e seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. […] Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que por ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. […] Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacional  e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. […] Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individualização, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. […]

 

Portanto, muito mais do que uma exigência legal, o livro diário mostra para as empresas, suas operações diárias detalhadas, que em eventuais dúvidas, podem recorrer a este livro, por isto é muito importante sempre manter a contabilidade atualizadas, para que os relatórios contábeis reflitam em tempo real seus resultados, auxiliando assim, a gestão financeira e econômica da empresa.

 

2.2 LIVRO RAZÃO

 

Para a contabilidade, o livro mais importante é o livro razão, onde permite verificar a posição de cada elemento do patrimônio e as mutações que ocorrem nele em cada conta distinta.

Conforme Fabretti (2009), o livro razão é um livro de ordem sistemática, onde são classificados por contas e subcontas, onde são lançados os créditos e os débitos escriturados por ordem cronológica. O objetivo deste livro é mostrar a situação de cada conta e subconta os respectivos lançamentos em ordem cronológica.

O nome dado de livro razão deriva de ordem lógica e sistemática que permite raciocinar sobre o estado de contas da entidade.

 

2.3 LIVRO CAIXA

 

O livro caixa é um dos livros facultativos. Neste livro se registra o movimento financeiro da empresa, suas entradas e saídas efetivas de dinheiro. Quando este livro é autenticado no Registro Civil, passa a ter valor de livro auxiliar e podem-se lançar no livro diário os totais mensais do caixa.

Para as empresas que são tributadas pelo Lucro Presumido e pelo Simples Nacional, a legislação do Imposto de Renda, exige a escrituração neste livro, inclusive o movimento bancário.

De acordo com Fabretti (2008), escriturar o livro caixa com todo o movimento financeiro, inclusive o bancário, é preparar grande parte da contabilidade. Os outros lançamentos que faltam para a contabilidade podem ser feitos por partidas mensais desde que registrados em livros auxiliares.

 

2.4 OUTROS LIVROS AUXILIARES DA CONTABILIDADE

 

Fabretti (2009), relata que nas empresas de grande porte, trabalha-se com programas específicos de contas a pagar e a receber por computação eletrônica. Para que possam ser consideradas como livros auxiliares, precisam ser impressas e registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Os totais destes livros podem ser lançados por valores mensais no livro diário.

Como estes programas de contas a pagar e a receber, pode-se também aplicar aos programas de folha de pagamento, escrituração fiscal e estoques.

Estas medidas tem o objetivo de descentralizar o registro e o controle das operações contábeis em diferentes programas, operados por indivíduos distintos. Assim, ao final de cada mês, estes totais são integrados a contabilidade, evitando assim, o retrabalho de novo registro.

 

3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

 

Com a harmonização das normas contábeis brasileiras, as normas internacionais, uma grande quantidade de normas foi criada, para que os relatórios contábeis sejam apresentados dentro dos padrões internacionais e todos possam ?falar a mesma linguagem?.

As demonstrações financeiras/contábeis deverão demonstrar com clareza, a real situação do patrimônio e suas mutações ocorridas em determinado período.

Estas demonstrações deverão ser elaboradas ao menos no final de cada exercício social, com base na escrituração mercantil e são as seguintes, conforme Fabretti (2009):

  • Balanço patrimonial;
  • Demonstração do resultado do exercício;
  • Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
  • Demonstração das mutações do patrimônio líquido;
  • Demonstração do fluxo de caixa;
  • Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Dentre estas demonstrações, pode-se destacar as duas mais importantes, o balanço patrimonial e as demonstrações do resultado do exercício.

 

3.1 BALANÇO PATRIMONIAL

 

O balanço patrimonial demonstra todos os bens, direitos e obrigações de uma organização. O balanço patrimonial é dividido em Ativo e Passivo.

Conforme Fabretti (2009, p. 48-49):

 

Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. […] Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resultem em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

 

Assim, o balanço patrimonial, irá demonstrar todas as entradas e destinações de recursos para manter a continuidade das operações. No balanço também são relatados todas as ?dívidas? da empresa, seja com tributos, folha de pagamento, fornecedores, entre outros. Também relata todas as contas a receber de clientes, as aquisições de equipamentos, etc. Enfim, todas as movimentações realizadas no período, serão registradas e apresentadas no balanço patrimonial.

 

3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

 

A demonstração do resultado do exercício mostrará o resultado positivo ou negativo das operações realizadas pela empresa, ou seja, este relatório determina com precisão e clareza todos os elementos que influenciam no processo operacional da empresa.

Este demonstrativo contém todas as receitas geradas pelas operações da empresa, assim como, todos os seus custos e despesas fixas e variáveis. Destes valores, obtem-se o resultado líquido, que poderá ser positivo ou negativo, mostrando assim, a real situação da empresa.

O Demonstrativo do Resultado do Exercício é um dos relatórios mais importantes da contabilidade, porque é através dele que a empresa poderá verificar se os produtos por ela produzidos estão sendo rentáveis, podendo assim, rever suas estratégias quanto a produtos, custos e despesas.

Portanto, para que todos estes relatórios e livros contábeis sejam confiáveis, é necessário que as empresas estejam com seus dados sempre atualizados, para que assim, possam tomar suas decisões.

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

As ferramentas contábeis apresentadas neste artigo são muito importantes para que a contabilidade seja apresentada com dados confiáveis, e a partir disto, servir para os gestores tomarem suas decisões.

Por isso a importância das empresas apresentarem seus dados sempre atualizados para que sejam apurados pela contabilidade, para que assim, sempre estejam a frente de seus concorrentes e possam definir as melhores estratégias para melhorar cada vez mais seus resultados,

 

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 2009.

­­­______________________. Contabilidade Tributária e Societária para advogados, São Paulo: Atlas, 2008.


[1] Estudante de Pós Graduação do curso de Gestão Financeira e de Custos, do Grupo Uniasselvi – Fameg e integrante da equipe  Piazera, Hertel, Manske & Pacher Advogados Associados.

E-mail: financeiro@phmp.com.br

CategoryArtigos
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