O primeiro leilão eletrônico e presencial dos bens da empresa falida Busscar Onibus, multinacional que já foi uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus do país, vai acontecer no próximo dia 29 de novembro, a partir das 9 horas. A falência do Grupo Busscar, composto de oito empresas, foi decretada em setembro de 2012, após 11 meses de recuperação judicial, três assembleias de credores e nenhum acordo sobre o pagamento das dívidas da companhia, que chegam a R$ 1,6 bilhão.
A Busscar Onibus, maior empresa do Grupo, faturava no seu auge, em 2008, R$ 685 milhões, e empregava mais de cinco mil funcionários. Seu parque fabril tem capacidade para produzir 42 carrocerias por dia. Também fazem parte do Grupo Busscar a empresa Climabuss, especializada em climatização de ônibus, a Tecnofibras (ainda em operação), fabricante de peças para carroceria em plástico reforçado com fibra de vidro, e participações minoritárias em outras empresas, entre elas a Busscar Colômbia, que tem operação independente, e a Busscar México, que encerrou as atividades antes da falência da unidade brasileira.
No leilão do dia 29 de novembro estarão à venda, a preço de custo, 17 mil peças de reposição, utilizadas para a manutenção de carrocerias. Dentre os bens ofertados, há desde catracas eletrônicas até painéis de vidro. Segundo o juiz Marcos Augusto Ghisi Machado, titular da 5ª Vara Cível de Joinville, a natureza dos bens a serem vendidos recomenda a utilização da forma eletrônica de alienação. Os lances podem ser feitos pela internet, de qualquer lugar do mundo, e presencialmente, no salão do Tribunal do Júri da comarca de Joinville/SC.
Com o leilão híbrido, queremos atrair compradores de todo o Brasil, explica Tatiane Santos Duarte, leiloeira indicada pelo administrador judicial da falência e nomeada pelo juiz no último dia 23 de outubro. O juiz explica que optou pela forma eletrônica de leilão pela grande abrangência da ferramenta, em uso há bastante tempo em outros estados e com resultados satisfatórios.
No caso específico da Busscar, a plataforma eletrônica que a leiloeira oficial utilizará é uma das mais abrangentes do país, e já foi experimentada com sucesso pelo Poder Judiciário de São Paulo e empresas como Vale, Petrobras, Bunge, Braskem, Votorantim, Schulz, Pirelli, Embraco e Bosch, entre outras.
Esta será a segunda tentativa de comercializar as peças. Na primeira, no dia 18 de outubro, realizada apenas na forma presencial, houve apenas três licitantes e o resultado foi considerado insatisfatório pela Justiça. Segundo o administrador judicial da falência, Instituto Professor Rainoldo Uessler (IPRU), os demais bens do Grupo Busscar – entre eles a planta industrial em Joinville, com 100 mil m² – estão em processo de avaliação e devem ser vendidos entre o final deste ano e o início de 2014.
Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/noticia.asp?idnoticia=104862
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